quinta-feira, 7 de abril de 2011

UNIVERSO INTERIOR


 O UNIVERSO INTERIOR

Todas as pessoas possuem um universo interior. Este universo é composto pelos nossos pensamentos, sentimentos, desejos e anseios de todas as espécies. O mundo material, externo, é visto por nós de uma maneira específica, pelos olhos que partem do nosso universo interior. Neste mundo material, nós temos uma maneira própria de manifestação, uma característica humana, uma forma de ser. O nosso interior é mais profundo, pois vê e sente coisas que não podem ser percebidas ao nível físico. Tudo o que podemos ver e sentir no mundo físico, nem sempre parte das profundezas de nossas almas.

Todos nós temos muitos anseios por certas realizações, a serem efectuadas em nossas vidas no mundo físico. Estas realizações, ao se concretizarem, farão com que o foco de consciência do Ser Humano retroceda à sua origem, de forma tão rápida e intensa quanto for o tempo em que as realizações cumpram-se efectivamente. Todos nós temos um plano e uma programação existencial para a nossa vida atual. Este plano existencial pode ser necessário por diversos motivos, e o principal é o resgate cármico. Quando um espírito está em falta com as suas obrigações básicas na matéria, há uma necessidade natural de uma nova experiência no mundo físico para que ele possa materializar atitudes correctas, substituir comportamentos impulsivos e aprender sobre as razões de sua própria existência. O principal objectivo das sucessivas reencarnações, é dar a todos os seres a possibilidade de superação total deste plano de provas, que é o plano físico. O que significa superar o plano físico? Significa atingir a perfeição em todos os níveis básicos de aprendizado da matéria, alcançar a plenitude de consciência. A consciência plena é aquela que superou a dualidade, e que conseguiu realizar a perfeita integração das forças contrárias que existem dentro do próprio Ser, tal como conhecemos a Luz e as Trevas. Como consequência, a consciência unificou e resgatou todas as partes de si mesma, que sempre pertenceram ao espírito, por natureza e essência. Estas partes que foram resgatadas, correspondem a cada virtude e característica do espírito. É uma reintegração do Amor e da Sabedoria do Pai, de forma que os espíritos estejam vibrando numa frequência mais elevada, dentro de um só sistema pleno e unificado.

Como dissemos anteriormente, à medida que os sistemas inferiores são superados, o foco de consciência dos seres humanos retrocederá à sua origem. Retornar à origem significa retornar ao Pai, retornar ao sentido básico de nossa própria vida.

A Senda da Ilusão

Percorrer a senda da ilusão, é como entrar num local desconhecido em completa escuridão. Para sair deste local, não há outra saída a não ser por sucessivas tentativas de se encontrar uma luz, ou então a própria porta de saída, pela qual se poderá ver a Luz Maior, a luz do Sol. Assim sendo, por muitas vezes o homem acredita que, percorrendo certo caminho, encontrará a saída. Existem, porém, muitas portas, e apenas uma delas é a verdadeira saída. Não há outra alternativa, porém, para o homem, a não ser abrir todas as portas e descobrir o que há por trás delas. Com tantos atractivos diferentes em cada porta, o homem deslumbra-se, pensando em cada surpresa diferente, cada prazer diferente que o aguarda, por trás de cada porta. Por todos os caminhos que percorre, porém, ele percebe, a uma certa altura dos acontecimentos, que isto que ele está vivendo não o conduzirá à verdadeira saída. Foi um truque, uma farsa, pura ilusão. Os falsos atractivos seduziam-no a abrir estas portas e nelas ele se perdeu, não sabendo mais como encontrar o seu referencial original. Porém, uma vez desmascarada a ilusão, integralmente, esta não voltará a seduzi-lo, pois perdeu todas as suas credenciais. O homem, porém, encantado e ao mesmo tempo inquieto, curioso por saber o que há por trás de tantas portas e lindas fachadas, não resiste à tentação e novamente mergulha no caos da ilusão. Novamente a ilusão mostrará suas faces, e o homem verá que novamente se iludiu, embora até mesmo pudesse saber desde o início o final que o aguardava. O homem, enfim, abriu todas as portas. Restou apenas uma porta, sem atractivos, sem enfeites caprichosos, sem qualquer coisa que pudesse despertar interesse ao homem em abri-la. O homem não se conformava por restar-lhe apenas aquela saída, a última que ele pôde vislumbrar, e que sequer havia reparado antes. Pensava sucessivas vezes na possibilidade de tornar a abrir as portas já abertas anteriormente, para consumir e desfrutar um pouco mais das ilusões que ele próprio já havia desmascarado. E percebeu, então, que ainda estava preso e escravizado àquelas ilusões. Dirigiu-se então até as antigas portas e novamente tornou a abri-las, e novamente desfrutou de seus prazeres ilusórios. Assim fez novamente com todas as portas, à excepção da única porta que ainda não havia sido aberta. Mas por estar desfrutando novamente de ilusões e coisas já consumadas, devido às suas naturezas totalmente transitórias, cada vez mais os prazeres ilusórios iam-se desfazendo e dissolvendo-se em meio à verdade irrefutável que tornava-se cada vez mais evidente na vida do homem, assim como a nova realidade que tornava-se cada vez mais presente em sua vida. Esta era uma realidade diferente, sem formas manifestadas, sem a necessidade de condicionamentos de espécie alguma. Era, talvez, uma espécie de alegria diferente, eterna e duradoura, uma paz e um amor diferente de tudo o que já foi experimentado até então. Mas, ainda assim, o homem estava cego à esta realidade que ia lhe surgindo. Preferia passar horas e horas chorando e lamentando-se pelo fim inevitável dos antigos prazeres, estes que antes pareciam-lhe fartos e abundantes. Agora, estes prazeres eram parecidos com um delicioso bolo de chocolate que, após tanto tempo sem consumo, deteriorado e jogado ao acaso, tornou-se abrigo de pequenos insectos, fungos, bactérias e microorganismos. Os antigos prazeres iam, portanto, desfazendo-se e "evaporando" como algo que nunca existiu. O homem reflectiu profundamente sobre a sua vida até então. Não sabia como veio parar neste mundo, neste lugar escuro onde estava. Vivera ali desde que iniciou a sua jornada existencial, e nada viu além de escuridão, até os seus dias actuais. Escuridão e prazeres ilusórios. Ele pensou e até mesmo comparou a vida que lhe fora oferecida a um falso oásis num deserto quente. Feliz por encontrar "aquilo que buscava", atira-se com todas as suas forças ao falso oásis e, somente após o duro choque de sua queda ao chão, é que ele poderia saber que aquilo, como um todo, era uma ilusão. Concluiu, portanto, que toda a sua vida era ilusória. Ele buscava algo mais, algo eterno, perene, uma alegria e uma paz que durasse para sempre. Pela primeira vez em sua vida, até então, o homem olhou para o seu próprio interior. Viu e sentiu que ali se constituía um poderoso alicerce para as suas tão desejadas conquistas, e a realização dos seus sonhos. E começou, portanto, a reverter o processo que até o momento tanto havia lhe prejudicado, roubado as forças vitais, tornando-o um homem doente, quase morto, sem mais poder sentir a poderosa presença divina em sua vida. O homem decidiu, portanto, explorar o seu interior e descobrir as suas riquezas. No exterior, nada mais havia a se fazer. Tudo estava consumado, tudo estava perdido. Não haviam mais alicerces e forças que suportassem e sustentassem os ímpetos que queriam conduzi-lo aos abismos ilusórios. A queda do início do despertar já fora demasiadamente dolorida, e não queria aumentar ainda mais a esta dor. No início de sua nova busca, o homem sentiu que havia encontrado o seu verdadeiro caminho. Ele fez, em tal ocasião, a maior descoberta de sua vida: a descoberta do infinito e da eternidade. Descobriu também que, ao consentir que o seu interior pudesse se manifestar, ele havia aberto a porta que tanto havia desprezado, anteriormente. A única porta que não havia sido aberta, e que por tanto tempo ficou esquecida. Mas ao abri-la, para sua surpresa, ele encontrou aquilo que tanto buscava, a paz eterna que por tanto tempo buscou e almejou, o amor eterno que sentia pulsar em seu coração dia e noite, mas que antes, sem outros meios de manifestá-lo, apresentava-o através do choro descontrolado, de uma emoção estranha que contagiava-lhe o corpo e o espírito.

O homem descobriu, finalmente, a razão de sua existência. Descobriu que a sua existência é a manifestação de Deus, que está em todas as pessoas e em todos os seres, e em toda a Criação Divina. Imerso novamente no oceano da Paz e no Amor Eterno, o homem encontrou o seu verdadeiro oásis, a infinita fonte da Sabedoria e do Amor. A partir deste dia, nada mais lhe faltou. Tudo o que ele desejava, ele possuía, em fartura e abundância, pois sabia que jamais desejaria algo que não fosse realmente da vontade de Deus. Ele estava, pois, totalmente reconectado à Fonte da Vida, à fonte de sua existência. Longe de toda e qualquer ilusão, de toda dor e sofrimento, ele agora estava plenamente ligado ao seu Eu Superior, o seu próprio espírito são e curado, perfeito em Amor e Sabedoria.

Encontremos, pois, também, o nosso verdadeiro óasis, fonte da vida, razão de nossa existência, origem da perfeição, fonte inesgotável de Amor e Sabedoria, mestre de todas as horas, nosso Eu Superior, o Deus que habita o interior de todos os homens.

Podemos perceber, que o universo interior é aquele local de onde partem todos os princípios, onde estão todas as causas e todas as razões. A grande maioria das pessoas segue uma rotina de vida única, mecânica, para a qual não possuem explicações do porquê de ser desta forma. Vivem, realizam, fazem muitas coisas. Porém, em algum momento já teriam questionado a si próprios sobre a razão disto? Existe alguma explicação mística ou racional para se viver de uma forma específica? É muito provável que a grande maioria das pessoas ainda não tenha ainda feito este questionamento. E é exactamente com base nesta questão que poderemos, enfim, desvendar os mistérios da vida.

As pessoas, em sua maioria não sabem quem são, de onde vieram, e para onde irão. Muitas são as questões a serem analisadas. A inconsciência do homem é realmente o grande entrave da humanidade actual. Esta inconsciência é exactamente a falta de interesse das pessoas, em desvendar os mistérios de sua própria existência, afinal, o homem existe e não sabe o porquê disto. Qual seria a razão da vida? Eis a questão mais ignorada pelos homens. À grande maioria das pessoas, infelizmente não interessam as razões. Interessam apenas as consequências. Hoje, os homens se divertem às custas de uma sociedade materialista, dinheirista e pervertida pelo sexo. Porém, não sabem eles que existe um princípio maior, pelo qual eles próprios são guiados, ao qual estão simultaneamente infringindo suas leis, e assim não estão fazendo a vontade do Deus Criador. Este é o maior erro da humanidade actual!

A sonolência consciencial das pessoas está relacionada directamente com estes fatos. Como pode o homem, inconsciente dos seus princípios maiores; criar princípios diferentes e contrários aos do Criador, princípios estes baseados em critérios materialistas, consequentemente não-duradouros e totalmente transitórios? Se não bastasse, ainda é preciso dizer que os homens não somente criaram princípios contrários às Leis do Criador, como também se perverteram completamente dentro de seus princípios materialistas. Fizeram destes princípios as suas leis máximas, inalteráveis, e pensam eles que estes princípios são eternos. Este é o outro grande erro de nossa humanidade actual. Este é o principal fruto da inconsciência dos homens. Porém, hora ou outra virá uma reacção correspondente à estas acções. As leis imutáveis da natureza não falham. A desilusão e a queda final do materialismo são fatos inevitáveis, irão acontecer algum dia. Nesta actual era que finda, a Era de Peixes, uma velha consciência materialista começa a agonizar, em meio ao seu trágico final; enquanto que, em todos os cantos do mundo, surgem os raios do Novo Sol, os raios de Luz do Amor e da Fraternidade. A humanidade há de se tornar um mundo de Paz e Amor, um certo dia. Assim será, num futuro próximo.

O objectivo de falarmos sobre o actual caos espiritual de nossa sociedade, está relacionado ao nosso universo interior, por alguns motivos básicos. Através de nosso universo interior, nós podemos reconhecer os princípios maiores pelos quais nós somos guiados. Assim, nós podemos facilmente perceber por que tipo de princípios as pessoas deixam-se guiar na sociedade em que vivem. E isto é um fato muito triste. Sim, porque é muito doloroso de se observar alguém, andando em direcção ao penhasco de olhos vendados, e não dar ouvidos a quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir. Estas pessoas continuam seus percursos, rumo ao despenhadeiro, e ouviam os avisos de que poderão cair e prejudicar-se gravemente. Actualmente, a maioria da população terrena está neste caminho. Poucos são os que conseguem perceber o perigo iminente, aqueles que estão despertos, que tem olhos de ver e ouvidos de ouvir. Avisos não faltam àqueles que continuam confiando em seus caminhos desastrosos, mesmo de olhos vendados e ouvidos tapados. Estes, porém, têm por direito o seu livre arbítrio, portanto podem escolher seus próprios destinos conforme suas necessidades evolutivas.

Falemos um pouco a respeito dos princípios maiores que nos guiam. Estes princípios, são as Leis Imutáveis de toda a Criação. Tais princípios não podem ser comentados ou descritos de uma forma específica. Os princípios são os mesmos para todos, porém, cada um os compreende da sua maneira. Portanto, se mostrássemos um exemplo específico de Princípio Divino, talvez estivéssemos contrariando o mesmo princípio expressado pelo pensamento de outra pessoa. Não é nosso objectivo, portanto, causar contradições inúteis. Nós podemos falar, entretanto, a respeito das possíveis formas de se atingir as profundezas de nosso universo interior, em busca de uma maior conexão com o Eu Divino, estabelecendo assim um elo de ligação entre os princípios superiores e a nossa vida actual.

Quando falamos em princípios, falamos em causas e consequências com um objectivo consciente. Princípio é uma forma determinada de agir, um meio pelo qual se atinge o objectivo desejado.

Nós vivemos numa sociedade cujos princípios estão direccionados em maioria para o materialismo. Isso quer dizer que os interesses estão direccionados para a conquista de lucros e riquezas. Qual é o meio pelo qual as pessoas se utilizam? As pessoas honestas, geralmente utilizam-se de muito trabalho e dedicação. Já as pessoas desonestas, utilizam-se de "atalhos" que as conduzem mais facilmente para os lucros e riquezas. Estes atalhos, nós poderíamos chamar de roubos, corrupções e trapaças, em palavras mais comuns. Isso quer dizer que estas pessoas não trabalham para conquistar o que desejam, mas sim roubam e exploram aqueles que realmente trabalham. Os princípios materialistas, são princípios em que tudo está direccionado apenas para as conquistas materiais, o conforto material e elevado status social. Estas riquezas de fato existem e fazem parte de nossas vidas actuais. Porém, existe um outro princípio mais amplo, que seria o princípio espiritual. Este sim, é um princípio centrado em Deus, ou seja, constitui o Princípio Divino. Certa vez, perguntaram a Jesus se deveriam pagar impostos à César, no governo de sua época. Jesus disse: "Dai a César o que é de César, dai a Deus o que é de Deus". Esta frase nos demonstra claramente o que são os dois princípios. Nós temos agora uma vida material, uma forma de sobrevivência no mundo físico. Neste mundo material, existem regras e leis que devem ser cumpridas. Porém, paralelamente à este mundo material, nós participamos e fazemos parte de um mundo espiritual, o qual também não pode ser esquecido. Vivemos, portanto, em meio a estes dois princípios adversos. Seria um erro viver apenas de um princípio, ignorando completamente o outro. Isto significaria a violação de uma regra do universo interior de todas as pessoas, que diz que para tudo há uma razão. Ou seja, se decidimos abandonar por completo o lado espiritual, estamos esquecendo as razões espirituais para vivermos num plano material. Se decidimos abandonar o lado material, estamos nos esquecendo que no mundo material existe algo muito importante a ser realizado, com base nos princípios espirituais. Isto é algo que nos faz reflectir profundamente.

O objectivo de falarmos a respeito dos princípios materiais e espirituais, é mostrar às pessoas a importância da compreensão dos princípios maiores, e as razões pelas quais nós somos guiados. Tudo o que queremos dizer, em outras palavras, é que para tudo nesta vida existe uma razão. Nada é à toa. Se nós roubamos, há um motivo para isso. Se nós trabalhamos, também há um motivo. Há ainda outro motivo, para realizarmos um empreendimento numa área específica. Para estas coisas, e todas as coisas que existem, há um motivo e uma Razão Maior.

Assim, compreendendo-se a necessidade de se buscar razões para a nossa existência, e para todas as coisas que ocorrem em nossa actual experiência de vida, iniciar-se-á portanto o mergulho em nosso próprio universo interior.

Deus não criou planetas, sistemas solares, sóis, galáxias e estrelas sem um motivo e uma razão para isso. Da mesma forma, como Deus também não criou uma simples formiguinha sem um objectivo de vida para aquele pequenino ser, que também é uma forma de vida em evolução. É preciso compreendermos, que a verdadeira sabedoria e o verdadeiro amor não residem nas coisas transitórias. Existe sempre algo maior, uma razão maior, razões maiores, cada vez maiores e infinitamente maiores. Tão maiores quanto forem as nossas próprias capacidades, de assim conceber as Leis da Natureza. Somos tão grandiosos e infinitos, porque somos uma Centelha Divina ligada eternamente à Deus. Estar consciente disto pode ser uma grande prova para alguns. Para outros, isto pode ser um pouco mais fácil. A decisão de cada um em abrir seus olhos para o espectáculo desta Criação Divina, só depende da própria pessoa. Se quisermos, podemos continuar mantendo nossos olhos vendados, e assim prosseguiremos nosso caminho rumo ao largo abismo que nos é apresentado. Mas, por outro lado, há também um outro caminho, estreito, difícil, mas gratificante. Largo é o caminho da auto-aniquilação, e estreito é o caminho da redenção. A decisão é de cada um, através do seu livre-arbítrio.

Karmelux
Livro "O EU SUPERIOR"- NOSSO VERDADEIRO MESTRE

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